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Sustentabilidade na Saúde – Um compromisso de todos nós com o Brasil

Pensar em sustentabilidade no mercado de saúde, hoje, significa estar atento a um cenário, preocupante do Sistema Nacional de Saúde. E entendamos aqui Sistema Nacional de Saúde como os setores que cobrem toda a assistência à saúde de nossa população. Portanto é essencial lembrarmos que no Brasil este sistema é Universal, direito de todos e dever do Estado, garantido por nossa constituição de 1988, mas podendo ser complementado pela iniciativa privada, seguimento que chamamos de saúde suplementar. Este último, regulado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), instituição criada no ano de 2000 para garantir, dentre outros, a regulação, normatização e fiscalização do setor. Mas, acima de tudo, a qualidade da assistência prestada aos beneficiários de planos de saúde.

A complexidade e os desafios desta área têm merecido excelentes discussões sobre um cenário que envolve desde a mudança de perfil epidemiológico, passando pela entrada desenfreada de novas tecnologias, até uso racional de recursos e “judicialização da saúde”. Mas a reflexão sobre o tema nos mostra que a potencialidade de crescimento e oportunidades deste setor devem nos fazer equacionar esforços de todos os atores para que possamos garantir o equilíbrio assistencial e econômico que envolve a cadeia produtiva.

Em um país como o Brasil, que tem um investimento baixo de seu PIB (9,06%- 2019) quando comparado a países desenvolvidos (EUA- aproximadamente 12%), em um setor de tamanha importância, devemos ler a expressão “preocupante” como elemento propulsor de ações de proatividade. E tendo em vista que mais da metade deste investimento (55% do total) vem da Saúde Privada, é fato afirmarmos que não se pode responsabilizar um ou outro dos elementos desafiadores, do cenário atual, como vilão e esperar deste as ações de mudanças de melhoria.

O envelhecimento da população, o uso inapropriado de recursos e a falta de uma gestão de saúde populacional resultam diretamente numa inflação crescente da saúde (VCMH 17%), que chegou a cinco vezes mais que a inflação geral (IPCA 3,4%) no ano de 2019 (Pesquisa AON,2019). Esta mesma fonte publicou que 31,8 milhões de usuários de plano coletivo não dispõem em suas empresas de iniciativas que estimulem as boas práticas de saúde. Portanto, torna-se urgente que a proatividade, visando à sustentabilidade do setor, seja um comportamento de esforços dentre todos os players envolvidos, inclusive das empresas, que hoje responde por quase 67% da população de beneficiários da saúde suplementar no Brasil. É verdade que já contamos com alguns cases de sucesso em algumas companhias (GE do Brasil, Whirpool, DXC Technology e Hewlett Packard Brasil), mas o que vemos na pesquisa da AON é que este comprometimento com ações de promoção e prevenção de saúde ainda é tímido no cenário nacional.

Dentro deste contexto, já é possível enxergar o movimento de operadoras e planos de saúde, assim como de prestadores de serviços em programas de Gerenciamento de Doenças Crônicas, Qualidade de Vida e otimização na utilização de recursos. Mas a população em geral deve ser sensibilizada para a fragilidade dessas questões e formas de contribuir, efetivamente, para que esta equação se equilibre de forma saudável, resultando num futuro mais otimista para o setor.

Ainda aqui, vale lembrar a responsabilidade dos profissionais de saúde no uso criterioso de recursos tecnológicos, materiais e medicamentos de alto custo, e no seu papel como educador (veja post neste blog) e mediador da saúde no país. Sendo este último, sem dúvida, com impactos que serão discutidos em futuras publicações nossas aqui.

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